sábado, 7 de novembro de 2009

QUEM É CRISTO? [Parte 3]

Mc 8:31-33

Introdução:

I. O CRISTO DAS MULTIDÕES
II. O CRISTO DOS DISCÍPULOS

III. O CRISTO DE DEUS

Depois de afirmado pelos discípulos de que Jesus é o Cristo [Messias – Ungido] depois de discernida a identidade de Jesus é o momento do próprio Jesus adicionar novos conteúdos de ensino sobre si que visam esclarecer, aprofundar, ampliar e corrigir qualquer incompreensão dos discípulos com relação ao papel do messias. E a identidade de Jesus está ligada a sua missão. Compreende-se Jesus por sua obra, à luz do para onde vai...

Aqui ele não usa parábola, antes fala claramente sobre quem é o Cristo. Quem é Cristo não é revelado a partir do que ele é antes pelo que ele é capaz de fazer, ou pelo que Deus tem planejado. A obra descreve o artista. E qual é a obra? Jesus então expõe claramente o que até então se mantivera calado. É o momento de abrir o jogo de deixar claro a sua missão. Ele está indo para Jerusalém a fim de padecer, ser preso, morrer e ressuscitar.

O Cristo é revelado de uma forma grandiosa por sua missão. Certamente Jesus é mais do que aquele será imolado, crucificado, mas é a cruz a maior e mais poderosa revelação de quem Ele é. Tentarei expor a identidade de Cristo revelada na cruz por três olhares ou três perspectivas. Essas perspectivas são contrastantes e nos ajudam a compreender mais profundamente quem é Jesus. antonio.flr@hotmail.com

I. A CRUZ DE CRISTO PARA DEUS É NECESSÁRIA

Por que era necessário Jesus sofrer, morrer e ressuscitar? Porque havia poderes superiores que o subjugariam e ele não teria saída? Será por que queria dar um exemplo de abnegação e auto-sacrifício. Jesus não morre como um mártir que recusa renunciar suas convicções. [Tiradentes/ M. Luther King].
A cruz de Cristo não é acidente, não é causalidade, fatalidade, não é fracasso, não é erro, é plano divino!

Ao palmilhar o caminho da cruz Jesus não estava meramente nas mãos dos homens, não estava na mão de uma fatalidade ou do destino, ou do acaso, acima de tudo, Jesus ao caminhar o caminho da cruz estava nas mãos de Deus.

Jesus usa para si um título favorito “Filho do Homem”, esse título não descreve status, privilégios ou honra diante dos homens, mas é o reconhecimento e aceitação da parte de Jesus de que a vontade de Deus envolve sofrimento. Embora sendo Filho de Deus, sua paixão é uma necessidade fundamentada na vontade de Deus [Sl 22:69, Is 50:4, Is 52:13-53].

Ele morre como parte do plano redentor de Deus [10:45, Rm 3:21-26]. “Era necessário” indica um plano soberanamente traçado na eternidade como uma oferta pelo pecado, para a redenção e perdão do homem. A morte para Jesus não é fim de tudo e nem uma evidência que tudo deu errado, pelo contrário, este era o caminho desejado por Deus para sua glorificação. Era isto que a ressur¬reição provaria.

A morte de Cristo era necessária para que fosse feita o pagamento do pecado humano. Sem derramamento de sangue não haveria redenção. Sem a morte de Cristo não poderia haver perdão, reconciliação, vida. Sua morte trouxe vida. A morte de Cristo é, portanto a mensagem central da Bíblia. Ele sofrerá muitas coisas – rejeição por aqueles que deveriam acolher [os líderes, os representantes]. Aqui se fala de desprezo moral e rejeição oficial, consciente!

Em Israel ninguém teria a idéia de que poderia haver a instalação do rei¬nado de Deus sem que se estabelecesse o direito, o que inclui julgamento. O julgamento acontece, só que -parece brincadeira - na pessoa errada. Acontece algo que nenhum coração humano jamais imaginou, uma transferência estonteante de culpa: era preciso que o próprio Filho do Homem sofresse muitas coisas; o próprio juiz arca com a condenação.

Aplicações:

Pensamos que o centro da vontade de Deus é estarmos bem, felizes e contentes. Ledo engano nosso. José estava no centro da vontade de Deus e viveu vários anos como escravo e prisioneiro. Jesus, nunca saiu do centro da vontade de Deus, e morreu na cruz. Aliás, o centro é justamente a cruz.

Faz toda diferença enfrentar a vida com a certeza de que você está no centro da vontade e do plano de Deus. Mesmo que aquilo que você enfrentará seja duro, amargo, ruim, sofrimento ou mesmo a morte, a injustiça o desprezo, a crítica, a zombaria, a mais terrível humilhação, mas se estamos no centro da vontade de Deus, se não abrimos mão de cumprir o que Deus quer, não desobedecemos a sua vontade – tudo aquilo será enfrentado com alegria e com satisfação.

Nada é mais libertador, nada é mais poderoso para alma humana que cumprir a vontade de Deus! Cristo podia enfrentar o que enfrentou passar pelo que passou se sujeitar ao que se sujeito crendo que era exatamente aquilo que Deus planejava. A pior desgraça na vida é esta fora da vontade de Deus. O pior lugar que um homem pode se encontrar é quando faz a sua vontade e não a de Deus.

A certeza de que estamos no centro de sua vontade transmite para nós confiança. Se cumprirmos seu querer e se estamos disposto a pagar o preço para cumprir sua vontade podemos descansar porque sabemos que Deus nos levará para o triunfo. Quando nossa vida está nas mãos do Senhor sempre, sempre, sempre ele nos levará ao triunfo. Todavia nada é mais desesperador para um homem é viver fora do que Deus quer [ele pode ter tudo – saúde, dinheiro, vida boa] mas ele não passa de um cego, pobre e miserável. [Ils. James Bond sempre escapava ileso, mas porque ele nada mais cumpria um roteiro que lhe era determinado.]

II. A CRUZ DE CRISTO PARA O HOMEM É ILÓGICA

Durante séculos, os judeus tinham olhado para Deus a espera de um libertador. Eles sonhavam com este grande dia – Era a esperança messiânica [aliás até hoje]. Deus enviariam um grande líder militar que iria derrotar os inimigos de Israel, restaurar a justiça na terra, e que iria purificar e restaurar a adoração do Templo para a sua antiga glória. Eles criam que isto ocorreria através da força das armas.

Quando Jesus veio pregando, ensinando, curando e chamando os homens ao arrependimento os judeus rejeitaram, pois não esperava este tipo de messias. No entanto, neste humilde carpinteiro de Nazaré, os discípulos reconheceram o Messias. Eles creiam que Jesus era o Cristo, o cumprimento das profecias e das promessas.

Contudo mantinham-se duas questões centrais no entendimento do Messias para os discípulos. A primeira era de que este Messias ia libertar e a segunda como iria libertar. Para os discípulos Jesus iria libertar o seu povo da opressão política e faria por meio de uma revolução armada. O que Jesus acaba de dizer não faz nenhum sentido! Despedaça o sonho de liberdade deles! Essa idéia de um messias crucificado é humanamente absurda! É infundada, é delírio, é loucura! Foi chocante demais ouvir isto de Cristo, tão chocante que eles não se deram conta de ouvir que ele ressuscitaria! Na verdade, eles não compreenderam os ensinamentos do Senhor a respeito da ressurreição somente depois que Cristo ressuscitou.

Alguém precisava fazer alguma coisa! Alguém precisava falar! Alguém precisava falar com Jesus. Quem? Quem? Pedro é o homem certo para o trabalho! Pedro é um homem de fortes contrastes, de altos e baixos. O mesmo Pedro que acabara de dizer: Tu és o Cristo abre a boca e a empresta ao diabo. Ele leva-o isoladamente, põe a mão no seu ombro e começa a repreender Jesus [advertir, corrigir, censurar]. Jesus o Senhor tem que ter cuidado com o que diz. Nós sabemos quem você é, e este projeto de morte, rejeição não tem sentido. Precisamos de um sermão que nos encoraje para a batalha, não um discurso sofre fracasso, derrota! “Deus te livre disto. Isto jamais vai acontecer.” Morte e cruz não combinam com tua missão!

Pedro falou o que estava sinceramente em seu coração. Ele foi sincero, cheio das melhores intenções. Não fez por mal. Era zelo, até diria cuidado mas sinceridade não serve para justificar seu erro. Ele não compreendeu a necessidade da cruz!

Este problema não é exclusivo de Pedro. Muitas pessoas têm problemas com a idéia de um salvador sofredor. [Veja I Co 1:18-25]

Cristo crucificado é uma mensagem esquisita, parece mais uma contradição de termos – vapor congelado, amor odioso, descer para cima, subir para baixo – é uma expressão chocante. Messias é imagem de glória, de força de poder, Messias crucificado é uma justaposição de termos que beira a blasfêmia, visto que todo o judeu sabia que Deus havia declarado que todo o pendurado num madeiro estava sob maldição. Como o Messias ficar sob maldição. Essa idéia é um escândalo, era um ultraje. Cruz é fracasso é fraqueza! Para os gregos é motivo de piada. Um herói crucificado. Cruz é lugar para criminoso. É tolice, estupidez chega a ser insano, loucura!

E para nós? É poder! É sabedoria! A morte de Cristo não foi um momento de fraqueza. Foi um momento de triunfo divino! Quando Jesus morreu na cruz, uma das últimas coisas que ele disse foi: "Está consumado"[ João 19:30] Este não foi o grito de uma vítima, é de um vencedor. Ele não disse: "Estou acabado." Ele disse: "Está consumado!" Quando Jesus morreu, ele completou alguma coisa. Ele completou o plano de salvação. Sua morte satisfez todas as exigências de Deus pelo pecado. Da lei!

Pedro não estava compreendendo que se “salvasse” Jesus não salvaria a nós. Sem Calvário não há céu, não há salvação. O reino de Deus veio através a morte expiatória do Seu Filho.

Você sabe por que as pessoas rejeitam a mensagem da cruz? É porque a cruz significa o fim da auto-suficiência humana! Se acreditamos que só podemos ser salvos por Jesus mediante o crer em Cristo, em sua morte e ressurreição, estamos declarando nossa própria impotência diante de Deus. O homem ama a sua religião. O homem gosta de "fazer" algo religioso para ganhar favor com Deus. Mas é tão somente pela cruz! Para o céu pela cruz irei...

III. A CRUZ DE CRISTO PARA O DIABO É O FIM

Jesus responde a repreensão de Pedro com muito rigor. Sua reação foi imediata, decisiva e forte. Ele vira as costas para Pedro e olha para o resto dos discípulos. Eles provavelmente estavam concordando com o que Pedro havia dito a Jesus. Jesus olha para todos eles e Ele repreende Pedro. Jesus disse: "Arreda, Satanás!" Literalmente, "Sai da minha frente falso acusador! Cogitas coisas carnais e não nas coisas do Senhor! "

Quando Pedro Jesus ouviu a voz, ele discerniu quem estava por traz daquelas palavras. Entendeu a intenção. Bem sabia quem teria o interesse de não vê-lo crucificado. Jesus discerniu que Pero estava sendo usado por Satanás para atacar o Senhor. Ele queira afastá-lo da cruz. Esta, aliás não era a primeira vez, ele já fizera isto. Ali como aqui Jesus faz o mesmo: Repreende! Pedro que antes havia sido usado pelo Pai, está sendo usado pelo inimigo.

Mas, por que o diabo usou Pedro para falar assim? Não era desejo de Satanás ver Jesus morto? Não! Engana-se que acha que a intenção do diabo em ver a cruz, por para ele a cruz é o seu fim! Se a cruz é necessária para Deus perdoar, é absurda para a mente humana, para o diabo é sua completa derrota! É pisadura na cabeça da serpente profetizada o Éden.

Hebrews 2:14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo,

1 John 3:8 Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 9

Conclusão:

1. É aquele que está nas mãos de Deus - Que cumpre uma missão de cruz!
2. É aquele que está nas mãos dos homens – Que sofre, que se entrega voluntariamente como sacrifício.
3. Que a mente humana não compreende
4. Que o diabo odeia
5. Que vence a morte

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