sábado, 7 de novembro de 2009

QUEM É CRISTO? [Parte 2]

Mc 8:27-33

Introdução


I. O Cristo das Multidões [Parte I]

Semelhantemente hoje como em toda a história prevalece uma diversidade de opiniões sobre quem é Jesus, muitos conhecem o seu nome, até tem uma visão diferenciada de Jesus, julgam até adorá-lo ou respeitá-lo, ou admirá-lo, porém poucos compreendem verdadeiramente quem de fato Ele é. Idéias vagas, falsas e distorcidas sobre Jesus continuam a prevalecer nas mentes dos homens. O profundo conhecimento, no entanto é raro.

II. O Cristo dos Discípulos [Tu és o...]

Essa foi uma nobre resposta, certamente superior as anteriores. Foi uma percepção espiritual [revelada pelo Pai] a Pedro [discípulos] de que Jesus é o Cristo.

1. O seu significado: Messias [Ungido]

Pedro falou em sua língua materna aramaica “Messias” (Jo 1.41 e 4.25). Latinizada, a palavra saiu como "Cristo" para missões mundiais. Em português o significado é "ungido", portanto não se trata de um nome próprio como "Jesus", mas de um título (real), como "Filho de Deus". Com a ligação freqüente e firme com "Jesus" o termo acabou adquirindo a função de nome próprio na linguagem cristã. A função de título passou para o "Senhor" anteposto: Senhor Jesus Cristo. [Governador/Presidente – Jackson do Pandeiro – Jacó do Bandolin]

2. O Messias no AT

A unção, em que se derramava óleo sobre a cabeça de alguém, aparece no AT trinta vezes como ato oficial em reis, sete vezes em sumos-sacerdotes e cinco vezes em profetas. Eles recebem glória, poder e força. O primeiro rei ungido foi Saul. Logo no seu caso a unção está ligada à tarefa de salvar Israel em lugar de Deus (1Sm 9.16). A palavra "salvar" depois aparece mais vezes na história de Saul. Ela se refere não só a ameaças exteriores, mas também a condições desfavoráveis na vida social do povo. Desde então o conceito de salvador acompanha o título de messias. A fé no messias Jesus também "salva" (5.34; 10.52; 16.16).

Depois que a monarquia de Israel foi destroçada, o povo sofredor começou a ansiar com cada vez mais fervor por um messias salvador escatológico. As definições exatas de como ele seria, no entanto, eram muito divergentes. Uns diziam que o Messias seria descen¬dente de Davi, outros achavam que não. Seria um rei guerreiro ou pacífico, ou um profeta, sacerdote ou mestre totalmente apolítico. Alguns esperavam por dois ungidos. Nas primeiras décadas do século I, a expectativa política e militante aumentou. Os radicais, os zelotes defendiam um messias revolucionário. (cf 12.13ss) Nos dias de Jesus, portanto, anunciar-se como Messias implicava estar preparado para a revolução.

3. A Superioridade da Resposta dos Discípulos

A resposta de Pedro [discípulos] difere da opinião das massas, da opinião popular. Em certo sentido ela é supeiror. O que tem de superior nesta resposta é que Pedro afirma corretamente a identidade de Cristo. Para Pedro não resta dúvida Ele é o Cristo. Ele não precisa procurar mais, ele achou [foi achado?] E esta afirmação não foi algo de súbito, instantâneo ali imediato, foi uma percepção de Pedro dado pelo Pai mediante o andar de Pedro com Jesus e a revelação de Jesus por meio de suas palavras e atos aos discípulos. Para eles não restava dúvida: Jesus é o Cristo!

A vista disto, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. 67 Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? 68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; 69 e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.[Jo 6:66-69]

Outro fator importante é que este entendimento não foi um entendimento comum, ou seja, não é simplesmente dizer que Jesus é o Cristo. Pedro afirma isto sobre um homem pobre, sem fama, sem majestade, sem riquezas, sem apoio do povo e dos líderes, pelo contrário Jesus era visto por estes como um falso profeta. Pedro rompe com a opinião da liderança e afirma: Tu és o Cristo! Ele não tropeça diante da aparência de Jesus e as opiniões alheias. Sua confiança não se abala frente a postura dos líderes e fariseus. Essas opiniões e outras não seduziram Pedro, não o influenciaram. Ele não vai com a maioria.

Pedro faz o que chamamos uma confissão pessoal – Jesus é o salvador, é o profeta prometido, é maior que Moisés – É o Messias a muito prometido! É admirável a fé de Pedro aqui revelada. Ele que as vezes mostra-se tão instável aqui revela uma fé robusta, firme, consciente, inabalável! Jesus é o Messias!

É fundamental ter esta convicção mesmo que muitos não o façam. Mesmo que sejamos só nós em nosso lar, em nossa família, em nossa comunidade. Devemos estar prontos a confessar que Jesus é o Cristo, com poucos ao nosso lado e com muitos contra.

O crente é aquele que está desejoso, de opor-se a opinião popular, e expressar de forma clara, uma posição que é contrária a das massas [W. Hendrinksen]. Temos de confessar a Cristo mesmo tendo a opinião da maioria contra nós.

Os discípulos não estam fazendo uma aposta num azarão, não é um risco – “vou apostar nEle, bem se for ele amém se não amém!” “É tudo ou nada”. Também não é uma posição oposicionista, Pedro não é o do contra, não é uma atitude meramente política: “Vou votar nele porque todo mundo acha que ele não é bom” [Ils. Eneás] Não é isto que está por traz da percepção de Pedro. Em Mateus Jesus afirma que não foi fruto de uma percepção meramente humana [carne e sangue aqui é a humanidade sem Deus] que levou Pedro a tal afirmação, mas foi o Pai. [Mt 16:17]

4. A Deficiência da Resposta dos Discípulos

Portanto Pedro confessa que Jesus é o Messias, mas ele tem de fato idéia do que é ser o Messias? Por um lado ele entende que Messias é aquele que vem como o salvador do povo, do seu povo. Mas por outro lado ele não tem toda a compreensão que tipo de salvação o Messias trará.

Há dois profundos problemas na mente de Pedro. Primeiro o Messias para ele virá salvar o povo politicamente e segundo o Messias salvará o povo por meio de uma ação poderosa, uma manifestação de poder miraculosa. E aqui é que reside o grande problema na visão messiânica de Pedro.

Sim de fato Jesus é o Salvador [Messias/Cristo] mas de que? Jesus veio salvar o povo de que realidade? Social, educacional, econômica, política ou física? Qual é a natureza do problema humano? Qual é o maior problema humano? Qual é o seu maior problema?

Quando vamos ao médico este é o primeiro procedimento do médico, entender qual é o seu problema e só então ele dará uma resposta ou um remédio, uma solução. Da mesma forma quando vamos ao mecânico ele precisa dizer o qual é o problema do carro e então dará a resposta. Quando exercia a função de técnico em eletrônica eu recebia aparelhos com defeito, eu tinha que buscar o defeito e achá-lo só assim eu que eu poderia consertá-lo. Não era fácil discernir o problema, mas quando entendia rapidamente concertava.

É este entendimento do que é o real problema do homem que definirá consequentemente a natureza do Salvador. No entanto não é somente a identificação do problema, é o tratamento do problema. O médico pode saber o problema e dizer bem isto não é comigo não é minha área, ou até mesmo diagnosticar corretamente mais prescrever o remédio erradamente.

A Pedro não falta somente identificar o problema humano, mas ainda entender e compreender como este Messias iria salvar. Qual é o modo pelo qual o Messias iria salvar o seu povo? De que? De quem? E Como? São perguntas centrais no entendimento do Messias.

Você sabe? Você tem a resposta as estas perguntas? Vamos lá:

a. De que Jesus irá salvar o homem? Se não é destes problemas [reais] qual é o problema do homem? Pecado – Está é a condição em que se encontra o homem. Ele não está com um probleminha qualquer, ele se encontra em grande problema. Sua condição espiritual é terrível, sua situação é tenebrosa. Ele tem um coração pervertido, rebelde, idólatra, orgulhoso, endurecido. Talvez ninguém aqui goste deste diagnóstico. Certamente aqui ninguém fica confortável por receber este parecer. Mas esta reação é exatamente uma prova do quanto o coração humano é desesperadamente corrupto! Pecado portanto não é apenas uma falha é uma ofensa a Deus! E esta ofensa traz uma terrível separação!

b. De quem Jesus irá salvar o homem?

[ ] De si mesmo
[ ] Da justiça humana
[ ] Do Diabo
[ ] Do Inferno
[ ] Dos outros homens
[ ] Da Ira de Deus [Rm 1:18, 5:9, 9:22, Ef 2:3, 5:6,I Ts 1:10]

c. Como Cristo salvará o homem

[ ] Sendo um mártir
[ ] Sendo um exemplo inspirador
[ ] Sendo o sacrifício pelo pagamento dos nossos pecados

É exatamente aqui que Pedro tropeça, aliás muitos tropeçam e que veremos na terceira e última mensagem de QUEM É CRISTO? Onde iremos tratar o Cristo de Deus!

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