sábado, 7 de novembro de 2009

OS CUSTOS DE SER DISCIPULO DE CRISTO

Mc 8:34-38

Introdução

Seguir Cristo é o mais profundo significado [sentido e utilidade] que podemos dar a vida humana. É um projeto maravilhoso! É um resgate do propósito da existência do homem. Se é fascinante, é também desafiador, tem custo, há preço. O desafio de seguir Jesus deve ser colocada de forma clara. Quando não queremos assustar as pessoas tendemos a suavizar [eufemismo – dourar a pílula] o que virá. Aqui Jesus abre o jogo e deixa claro o que vem a ser seu discípulo, não há propaganda enganosa. Ele apresenta quais são suas expectativas sobre seus seguidores. Mais do que nunca precisamos ser honesto as implicações e demandas do discípulo de Jesus. Arrisco-me a dizer que se primeiramente as pessoas que se julgam seguir a Cristo tivessem a consciência clara do que isto significa penso que esta multidão seria reduzida a muito poucos dos seus atuais seguidores e jamais abririam a boca para dizer que seguem a Jesus. O conceito de discipulado tem sido reduzido a uma medíocre visão, tosca, a uma vida religiosa, a uma vida que não tem diferença nenhuma com aqueles que se dizem incrédulos. Na verdade os critérios que definem atualmente um discípulo procedem mais do coração pecaminoso humano do que da vontade de Cristo. No entanto é Ele que define o que é ser seu discípulo e seus custos, suas marcas, seus desafios, e logicamente suas bênçãos.

I. O DISCÍPULO DE CRISTO E A NECESSIDADE DA CRUZ [34-35]

Qualquer um que já tenha brincado de seguir o mestre sabe que aqueles que seguem vão para onde o líder vai. Jesus chama os seguidores para um relacionamento pessoal. A cruz não é somente o caminho e a missão de Cristo ela também é o caminho para todo o seguidor.

A salvação é pura graça [Ef 2:8-9], oferecida sem dinheiro e sem preço, porém todos aqueles que aceitaram a salvação precisam dar provas da realidade da sua fé e a evidência é tomar a cruz e seguir a Cristo. É um convite a todos, mas nem todos ousarão aceitar. Pois se requer auto-negação – a mudança radical de um vida que é centrada no eu para uma completa sujeição a vontade de Deus. É um dizer não contínuo a si, e um dizer sim contínuo a Deus. Uma oposição ferrenha a toda auto-idolatria, auto-afirmação!

Espera-se do discípulo a disposição de crucificar a carne, lutar contra o pecado, contra o diabo e contra as tentações do mundo. Esta é uma luta, e lhe digo por experiência é uma grande luta.

A cruz não é para nos intimidar, por mais pesada que seja, somos capazes de suportar, aliás somente aqueles que são crentes suportarão. A cruz é para evidenciar o grande valor da obra de Cristo feita na por nós.

É lamentável que a fé cristã para alguns valha tão pouco. Aliás quase nada. Afirmam que são cristãos ou que dizem seguir a Cristo, mas qual é a verdadeira prova de tal afirmação? Qual é a evidência de uma fé genuína?

Penso quando considero a vida de “alguns” que dizem serem cristãos. E vejo que não há renúncia, não há compromisso, não há auto-negação, não há luta, não há busca de santidade, não há choro pelo pecado, não há conhecimento da Palavra, não há vida de oração, de humilhação, não há sede de Deus, chego a triste conclusão que há muita vida religiosa, muitos enganados e muitos perdidos.

Que valor tem sua fé? Sua fé em Cristo tem custado a você algo? Sua fé em Cristo tem implicado em algum sacrifício? Você carrega a cruz? Uma fé que não custa nada não vale nada. Aquele que acha que vai ter uma coroa na glória sem ter levado uma cruz aqui na terra estar terrivelmente enganado.

Seguir a Cristo não é simplesmente seguir uma doutrina, assistir a cultos, é seguir uma pessoa. Vir após Ele é seguir aquele que foi crucificado. Ser discípulo é um chamado a renúncia, é um chamado a morte, é negar-se a si mesmo. É o reinar de Jesus supremo onde o ego reinava. Não se atreva a seguir Jesus sem antes estar bem informado do custo que isto lhe vai dar. Isto não vai ser barato, vai custar o que você tem de mais precioso – a vida. Se seguir a Jesus não tem custado isto de você, então você não é seu discípulo.

Ser discípulo implica em morrer para si. Tomar a cruz é abraçar a morte, é escolher o sacrifício. A cruz era um instrumento de morte vergonhosa e dolorosa, de humilhação, mas enquanto um condenado não escolhia a cruz, o discípulo faz e de boa vontade. Tudo por Ele! A cruz não é um emblema, um amuleto é um instrumento de morte. Esta cruz também não é uma doença, um inimigo, uma fraqueza, uma dor, um filho rebelde, um casamento infeliz. É morrer para o pecado!

É um desafio diário, não semanal, envolve todo o nosso ser, nossas escolhas, nossas decisões, propósitos, nossas motivações, sonhos e realizações. É viver a vida de Cristo, é seguir seus passos, é amar o que Ele ama e aborrecer o que Ele aborrece. Muitos dizem ter Jesus no coração, mas não tem uma cruz nas costas.

Para um discípulo ganhar é perder e perder é ganhar. Como alguém pode ganhar a vida e ao mesmo tempo perdê-la?

a. Quando busca felicidade sem Deus

Vivemos num mundo em que se busca freneticamente o prazer. Fumam, bebem, experimentam drogas, compram, vendem, fazem sexo tudo para encontrar felicidade. Mas não encontram. [Ec 2:1]

b. Quando busca realização em coisas materiais

Para alguns o dinheiro é um deus, eu diria um senhor que possui muitos escravos. O dinheiro é mais que um meio, é o fim. É mais que uma moeda, é um ídolo. É Mamom a quem muitos se devotaram. Muitos ganharão muito dinheiro e perderão a sua vida eternamente.

Ils. Dizem que Fernão Dias Paes Leme, o bandeirante das esmeraldas, empreendeu toda a sua vida e gastou sua saúde em busca de pedras preciosas. Depois que encheu sua sacola de pedras verdes, uma febre o atacou, delirando perto da morte, tentava empurrar as pedras para dentro do coração. Morreu só, sem alcançar a felicidade que tanto buscava na riqueza.

II. O DISCÍPULO DE CRISTO E O VALOR DA ALMA [36-37]

Essas palavras eu diria que são as mais profundas e solenes palavras de Jesus. Que aproveita...E elas tem em vista nos levar a considerar bem o nosso modo de viver, nossos valores, alvos, propósitos. Elas deveriam estar continuamente presentes em nosso dia a dia, elas devem estar gravadas em seu coração e jamais esquecidas.

Primeiramente você possui uma alma [é uma alma e tem um corpo] e ela viverá para sempre. Todos nós trazemos consigo algo que jamais deixará de viver, mesmo que os nossos corpos morram. Esta alma um dia prestará contas a Deus. Esta é uma terrível realidade.

Agora mais terrível ainda é saber que esta alma pode ser arruinada para sempre. Enquanto o homem por si só não pode salvar a sua alma, no entanto somente ele pode levar a sua alma a ruína eterna. Você pode fazer sua alma se perder eternamente. Como ele faz isto?

Um homem pode assassinar a sua alma amando o pecado e apegando-se ao mundo. Ele pode arruinar sua alma escolhendo uma religião repleta de mentiras e cheias de superstições. Ele arruína alma sendo indiferente com ela, não a tratando. Ele pode matar a sua alma negligenciando os meios da graça divina, recusando-se a arrepender-se, rejeitando a Palavra. Muitos são os caminhos que levam ao inferno, embora só há um que leve para o céu. Se você não está em Cristo, seguindo, você certamente estará num deste que levam a perdição e saiba você é único responsável. Potencialmente o homem tem muitos poderes para fazer o mal, mas o mais terrível é o poder de arruinar, de destruir, de perder a própria alma.

O mundo inteiro não pode compensar a um homem a perda de sua alma. A possessão de todos os tesouros da terra não se compara a eterna ruína. De toda a estupidez que um homem pode cometer a mais tola é desistir de sua salvação por amor ao mundo presente. Esta barganha é que mais se faz na vida.

Viver sem temor a Deus, desobedecer sua Palavra, fazer a vontade da carne e do mundo para se ganhar dinheiro é um jogo muito perigoso de se jogar. É um risco! É pura tolice. A vida é curta e o dinheiro não tem valor nenhum depois da morte. Nada trouxemos para mundo...

Nada, nada, nada, nada, nada compensa a tolice de abrir mão de seguir a Jesus, nem toda a riqueza do mundo. A riqueza nos acompanha até o túmulo, mas a salvação é eterna. Vem aqui a memória a pessoa Michel Jackson. Dizem que seu caixão era folheado. Riqueza, fama e prazer. E uma vida eterna sem salvação. Como Jesus chamou pessoas assim. Louco! Louco é o homem que negligencia a salvação da sua alma por confiar na riqueza.

A perda da alma é uma perda irreparável. Dinheiro se ganha e se perder. Mesmo depois de perdê-lo podemos ganhá-lo de novo. Podemos na vida perder algumas riquezas transitórias. Jó se estivesse aqui diria: “Um dia perdi minha casa, meus filhos, minhas riquezas, minha saúde, mas não arruinei a minha alma.”

A perda da alma é irrecuperável. Não se muda um destino. O rico da Lucas 16 sabe bem disto. Seus pedidos não foram feitos e nem seu tormento aliviado. Perder a alma é um péssimo negócio. É um engodo. Abrir mão da vida eterna por riqueza, prazer, popularidade, poder, fama é algo tolo.

Que frase! Que declaração! Que ela penetre como uma espada em seu coração! Sua alma não é algo pequeno e sem importância, o mundo com todas as suas riquezas e glórias não tem o mesmo valor. Lembre-se dela na hora da tentação, na hora da perseguição, na hora de ser inclinado a abandonar a Cristo. Repita sempre para si mesmo: Que aproveita...

III. O DISCÍPULO DE CRISTO E O PERIGO DA VERGONHA [38]

Quando é possível dizer que alguém se envergonhou de Cristo?

Quando temos medo que as pessoas saibam que amamos Cristo, sua verdade, sua doutrina, seus mandamentos. Quando nos sentimos constrangidos quando nos identificamos com seu povo, com seus membros. Todos nós sabemos que os seguidores de Cristo sempre serão perseguidos. Quem decididamente resolver viver o evangelho será perseguido. É o preço, é o custo. No entanto o nosso ego teme ser ridicularizado, ser desprezado, amamos os elogios, gostamos do aplauso não do desprezo. Jesus novamente não engana, ele adverte que segui-lo envolverá o custo de ser desprezado e ridicularizado.

Muitas vezes não afirmamos nossas convicções de uma forma publica e patente. Nos acovardamos ou nos acomodamos. Há uma postura que nós deveríamos ter e muitas vezes não a temos com receio de que tal situação seja vista como algo desagradável. Deveríamos rejeitar quando uma pessoa age de forma desagradável a Deus, deveríamos revelar nosso desprezo. Mas muitas vezes preferíamos a aprovação e o apreço do mundo do que a aprovação e o apreço de Deus. [Ils. Nadja]

Ser cristão não é uma posição de popularidade. Os cristãos nunca foram populares e nunca serão. Tem pessoas que acha o máximo o fato de algumas pessoas da mídia estarem se convertendo. Eu não acho nada para mim eles são iguais a qualquer outro pecador que precisa de salvação. Aliás eu creio ser um tolice colocar gente de mídia para ser representante da fé cristã como eles fossem a prova de que nós não somos tolos. Como eles fossem a evidência de que o cristianismo é digno de crédito. Sinceramente tais pessoas têm trazidos mais males do que benção.

Qualquer que tente evitar sua confissão de fé, seu amor a Jesus com receio de ser ridicularizado ou desprezado, envergonhar-se de Cristo será sujeito a mesma situação. É mil vezes melhor confessar a Cristo agora e ser desprezado pelo povo, do que ser popular agora e desonrado por Cristo diante do Pai no dia do Julgamento.

Cristo se envergonhará destes que nunca professaram publicamente, nunca demonstram de um forma pública e patente serem seguidores de Cristo, com vergonha da opinião alheia, com medo de perderem privilégios, com receio de serem perseguidos, com vergonha de outros. Quem se envergonhou de Cristo durante esta vida vai apartar-se dele eternamente.

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