terça-feira, 3 de março de 2009

O MILAGRE DO PERDÃO

Mc 2:1-12

Jesus poderia ter concentrado seu ministério principalmente em curar enfermos e alimentar famintos, pois havia uma multidão carente ao seu redor, mas os milagres são meios e não o fim do seu ministério. Eles visavam provar sua identidade e missão, abrindo assim as portas para a salvação. Eis aqui Jesus realizando seu ministério de pregação, agora em Cafarnaum [nasceu em Belém, criou-se em Nazaré] seu quartel-general. A casa aqui está cheia de pessoas. Um milagre vai acontecer, na verdade dois milagres. Um é visível; outro invisível, um é físico; outro espiritual, o primeiro é mais importante e central, o segundo tem um papel de testemunho do milagre principal, ambos são divinos e ambos se realizam na mesma pessoa. Uma cura o corpo; outro é a cura da alma. Assim concentro-me, como Jesus fez, no principal milagre que Deus pode operar no coração do homem, o perdão...

I. O CAMINHO PARA O PERDÃO

Aspectos circunstanciais favoreceram a ida do paralítico a Jesus, e o conseqüente perdão recebido. O perdão é uma resposta divina a uma ação humana provocada por Deus.
1. Os amigos

Marcos nos informa que 4 homens levaram o paralítico a Jesus. Ele não poderia ir por si mesmo. Ele tinha de ser carregado e os amigos o fizeram. Percebemos que houve toda uma estratégia para que ele se visse a Cristo. Havia dificuldades de acesso a serem vencidas: o peso e a multidão.
Alguém batizou estes 4 amigos com os seguintes nomes: Iniciativa, União, Perseverança e Fé. Outro já os chamou de: Consagração, Cooperação, Convicção e Comunicação
Pastor Ray Stedman não só revelou os seus nomes como presume o que eles conversaram antes de agirem: José Fé, João Esperança, Carlos Amor e Manoel Determinação. José Fé disse: "Creio que podemos levar este homem a Jesus". João Esperança disse: "Sim! Sem dúvida há esperança para ele" Carlos Amor disse, "Faremos isto por amor a Deus e por amor a ele” Manoel Determinação disse: Mãos a obra! [Adaptado por mim]

De fato, eles tomaram a iniciativa, uniram-se numa missão, desenvolveram uma solução, foram criativos vencendo todos os empecilhos. Trabalham em equipe e completaram a missão com louvor.
Aprendemos uma preciosa lição com estes quatros, que para alguém alcançar o perdão curador de Jesus temos que levá-lo até Ele. Deus nos chama a sermos cooperadores, somos instrumentos, canais, meios de Deus para que outros cheguem a conhecer a graça salvadora!

2. A enfermidade

A enfermidade foi o meio, um caminho para que aquele homem chegasse a Cristo e ao perdão. E assim tem sido o caminho de muitos para a conversão. Deus tem usado a dor, o sofrimento e tribulação, a angústia para que o homem se achegue ao Senhor.
“ A paralisia foi uma grande bênção para aquele homem. Pois se ele não fosse paralítico é provável que nunca teria buscado Jesus. Estaria levando sua vida como todos os outros homens, mas aquele sofrimento o levou até Jesus, e assim ele ganhou a salvação. As dificuldades em nossa vida têm como propósito nos levar a Jesus, e obter sua graça para desfrutarmos a eternidade com Ele. [Almir Marcolino, em “A maior necessidade - http://pastoralmir.blogspot.com]

3. Fé

Jesus afirma que viu fé. A fé dos homens foi vista por Cristo, creio que aqui está implícita a fé do paralítico também. Fé é algo vivo e dinâmico. Fé age, ela é por natureza operosa.
A fé é uma súplica, que pode ser sem palavras, mas jamais sem ação, firma­da na confiança na disposição poderosa de Deus de ajudar.Creio que foi brotada pela sua palavra (v. 2). A fé é o primeiro milagre (Mt 8.10), pois os poderes da dúvida e do desespero são grandes demais para aquele homem.
II. OS OBSTÁCULOS AO PERDÃO

1. A Acusação contra Perdão
Tem-se aqui a primeira de outras oposições que Jesus terá pelos religiosos. Estavam ali para averiguar os ensinamentos [Corte Suprema]. Eram os guardiões da lei. Eram fiscais da religião, farejadores de heresias. Tinham como motivação apanhar a Cristo em alguma contradição.
A teologia deles era correta: Só Deus tem autoridade para perdoar pecado, o problema era que eles não compreendiam a pessoa e a obra de Cristo. Este é o maior obstáculo ao perdão, a compreensão de Cristo. Por isso acusaram Jesus de blasfemador.
2. A Defesa do Perdão

Jesus Pelo Espírito do Deus que sonda os corações deles, surpreende os pensamentos deles e os traz à luz: Por que arrazoais sobre estas cousas em vosso coração?

Perdoar era para eles sempre humanamente impossível, só possível ao próprio Deus. Portanto, eles classificaram a palavra de perdão da boca de Jesus como falar à toa de um charlatão, que se aproveita do fato de que ninguém pode verificar a eficácia da sua palavra. Deste modo, a questão da verificação se torna o ponto chave. Em nosso caso eles tinham certeza absoluta que a cura não ocorreria, pois como Deus poderia estar aliado a alguém que acabara de blasfemar ontra ele? Era uma questão de tempo desmascarar Jesus.

É aqui que Jesus entra: Muito bem, prestem atenção! e cura o paralítico diante dos olhos deles. Com isto os professores da lei estavam presos na armadilha, já que vinculavam tão estreitamente a cura ao perdão. Quando Jesus deu movimento a este corpo paralisado, ficou evidente que ele fora perdoado, e que ele tinha autoridade de perdoar.

Jesus revela aqui aspectos de sua natureza divina: leu os pensamentos, perdoou pecados e curou enfermo.

As pessoas duvidam que Jesus possa perdoar pecados. Naquela casa muitos religiosos duvidaram do poder de Jesus em perdoar pecados. Ainda hoje, muitas pessoas também duvidam que possam ter seus pecados perdoados. Levadas por conceitos religiosos errados elas não podem crer que Jesus possa perdoas todos os seus pecados. E assim não desfrutam deste grande alívio na vida.

III. A NECESSIDADE DO PERDÃO

Para quem está deitado em uma maca sem poder mover-se, ouvir esta frase parece até irônico. É lógico que Jesus percebeu que aquele homem era paralítico, que tinha uma necessidade bem aparente: a de ser curado. Mas Jesus percebeu também a maior necessidade daquele homem, e esta não estava tão aparente aos olhos humanos. A necessidade do perdão dos pecados.

1. A gravidade do pecado

A maior causa de nossos medos e desânimos não é nossas necessidades físicas, nem nosso sofrimento causado por doenças, perseguição, falta de recursos, etc. A maior causa da nossa infelicidade é o nosso coração pecaminoso.

O pecador é uma desgraça, é pior tragédia na vida humana. É um veneno doce que mata corpo e alma. Ele impede nossa plena realização na vida. É pior que doença, solidão, pobreza e até pior que a morte. Todos estes males não podem separar de Deus, mas o pecado nos separa agora e para sempre do Senhor

Aquele homem, que era um paralítico, completamente incapacitado de mover seus músculos, tinha pecados. É provável que nunca tenha matado ou roubado alguém, que não tenha cometido algum adultério, etc. Afinal nem podia se mover por si mesmo. Talvez ele fosse visto por alguns como um pobre coitado, inocente, já que sofria tanto com aquela situação. Assim como alguns vêem as crianças e os velhos como coitadinhos!

Mas ele tinha pecados, e o perdão de Deus era sua maior necessidade. Todos nós também somos pecadores [Rm 3:23], não importando a nossa situação, e nossa maior necessidade é o perdão de Deus.

Jesus não lidou com o pecado como uma sentimento de culpa ou como traumas, pecado é um desvio da lei de Deus e tinha um efeito drastico sobre a alma. Jesus está interessado na culpa em si, e contra ela não ajuda distrair-se, esquecer, ser preso, ir ao psiquiatra ou ter um bom cônjuge, só Deus.

2. A importância do perdão

Podemos ter o perdão de todos os nossos pecados quando nós aproximamos com fé do Senhor Jesus Cristo. Aquele homem buscou Jesus com fé, e recebeu o perdão dos pecados. Deve ter ficado surpreso com as palavras que Jesus lhe dirigiu, mas deve também ter se sentido aliviado de um grande fardo. A paz inundou a sua alma, todo o medo de Deus se foi, sabia que nenhuma condenação pesava sobre ele.

Nós também podemos experimentar este mesmo perdão (1 Jo 1.9).As curas e milagres realizados por Jesus teve como maior finalidade, não o bem estar ou alívio do receptor, mas a demonstração de Sua autoridade e missão neste mundo. Jesus curou e realizou milagres para demonstrar que Ele era o enviado autorizado por Deus para tratar com o problema do pecado do homem. Ele era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

Só há um remédio para o pecado: o perdão. Se o pecado nos adoece, o perdão nos cura e restaura. Só Ele pode ministrar esse perdão!

Hoje Ele ministra o mesmo perdão através da pregação de Sua Palavra. Ele ordenou que seus seguidores pregassem este perdão em todo o mundo (Lc 24.47). A através Dele, qualquer pessoa que com arrependimento crê nesta mensagem tem o perdão dos pecados (Ef 1.7). Este é nossa maior necessidade: o perdão dos nossos pecados.

Esta é a sua maior necessidade: Perdão! Talvez você creia que sua maior necessidade seja saúde, emprego, alívio de algum problema pessoal, realização de um sonho.
Mas nossa maior necessidade não é alívio de nenhum sofrimento que passamos nesta vida, nem a realização de algum sonho enquanto vivemos neste mundo. Nossa maior necessidade está relacionada com a eternidade. O que mais precisamos é o perdão dos nossos pecados para que assim possamos ter a salvação eterna com Deus.

Conclusão

O perdão é um milagre. E este milagre é a sua maior necessidade! Para que este milagre ocorra você precisa crer em Cristo como Senhor e Salvador de sua vida. Precisa confiar inteiramente seu viver a Cristo. Somente assim e só assim Cristo curará sua alma da enfermidade chamada pecado, por meio do seu perdão.

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