terça-feira, 14 de julho de 2009

PORTAS FECHADAS E PORTAS ABERTAS

Mc 6:1-13

Introdução:

Paradoxo! Você sabe o que é isto? É quando duas idéias estão em oposição. E isto é visto aqui. Em Mc 5 vemos a fé e em Mc 6 vemos a incredulidade. Em Mc 5 vemos Jesus triunfando sobre as tempestades, o diabo, a doença e a morte. Agora no capítulo 6 vemos a incredulidade dos nazarenos bem como de outras personagens. Eis o paradoxo! A fé é triunfante sobre as calamidades da vida, mas a incredulidade também é real e terrível. A fé pode triunfar sobre as adversidades, mas a incredulidade também tem sua face. E quando ela mostra sua cara fecha as portas a pregação do evangelho. Certamente é uma experiência amarga meditarmos na incredulidade, no entanto é necessária, primeiro para alertarmos os crentes para não permitirem esse mal em seus corações [Não temas, crê somente!], mas principalmente para alertamos os não-salvos que seu grande mal é sua incredulidade, sua descrença, sua não confiança, sua não entrega. No entanto para nós portas fechadas devem nos levar a busca de outras portas que certamente se abrirão pelo poder do evangelho de Jesus.

I. A INCREDULIDADE HUMANA FECHA AS PORTAS A SALVAÇÃO

1. A Natureza Terrível da Incredulidade

Só podemos compreender a terrível consequência da incredulidade se pensarmos primeiramente em sua natureza. Ou seja adianto-me em dizer que a incredulidade leva a condenação ao inferno, mas alguns acham que inferno é brincadeira, algo criado pela religião para amedontrar pessoas. Se entendermos a natureza terrível da incredulidade teremos melhor condição de entendermos o preço terrível que ela gera.

a. Ela é indesculpável

Jesus já estava em pleno exercício do ministério e estava operando milagres [Carfanaum – 30 km] e sua mensagem ecoava na vida de muitos. Portanto os nazarenos não tinham desculpas! Da mesma forma a incredulidade é injustificada, ninguém é indesculpável perante Deus! O poder e a graça de Deus tem se revelado de uma forma clara na vida de muitos e esse testemuho do poder e da graça torna o homem indescupável.

b. Ela é fruto de oportunidade

Jesus oferece a Nazaré [terra onde cresceu] a oportunidade de ouvi-lo e vê-lo pela segunda vez. Jesus crescera ali. Alguém disse que os nazarenos foram as pessoas mais privilegiadas do mundo porque o Filho de Deus cresceu ali. Por trinta anos Jesus andou ali e aquelas pessoas tiveram o Filho de Deus ali morando. Mas quando inciou o ministério Jesus começou por lá e ali ele foi rejeitado (Lc 4:16-30). Ele foi expulso da sinagoga, aqui Jesus oferece uma segunda oportunidade.

2. A Causa da Incredulidade

O povo tornou-se incrédulo por causa da origem de Jesus. Via-o apenas como o carpinteiro, filho de Maria, cujos irmãos e irmãs eles conheciam. Para eles Jesus era um qualquer! Para eles Jesus era simples de mais! Eles percebiam a diferença em Jesus, surpreenderam-se com sua sabedoria e poder, mas não conseguiam compreender ou explicar porque ele era assim! Como um pé rapado é capaz de fazer isto? Como um Zé ninguém poder falar assim e agir assim?

Jesus não tinha honra de seus conterrâneos! Aliás Jesus não teve honra nem dos seus irmãos, nem de sua cidade, nem do seu povo.

3. A Consequência da Incredulidade

a. O Risco da Familiaridade com o sagrado

Se a proximidade com o sagrado é um privilégio ela também é terrível por outro lado. A familiaridade com o Jesus gerou ali preconceito, rejeição, desprezo e não fé. Nada é mais perigoso para alma humana do que se acostumar com o sagrado.

William Barclay afirmou que as vezes estamos tão perto de uma pessoa para ver sua grandeza! Eles acham que conheciam Jesus, mas seus olhos estavam cegos! É interessante que o homem admira o que esta distante, o que é intocável, o mito. O homem não consegue perceber a grandeza da simplicidade.

Cabe aqui uma aplicação sobre o perigo de acostumarmos com o sagrado. Dizem que quem mata é costume e isto é verdade. Quando nos acostumamos com determinadas coisas corremos o risco de perdermos o real sentido dela. Quando nos acostumamos de ir e vir ao culto, podemos correr o risco de acharmos que isto é um mero passatempo, o senso do temor e da reverência é perdido, a atitude de desprezo ou de tanto faz podem tomar conta do seu coração. A perca da alegria, do temor, da reverência, do senso da presença de Deus é o risco que podemos correr quando nos acostumamos com o sagrado!

Cabe mais outra aplicação. Cuidado adolescentes e jovens filhos de pais cristãos. Cuidado, pois você tem crescido no ambiente do sagrado e o costume pode levar a vocês a desprezarem, a rejeitarem porque se acostumam e se acostumam mal. Privilégio traz grandes conseqüências e o desprezo deste privilégio pode endurecer seu coração!

b. O Risco das Portas se Fecharem Definitivamente

Há um preço maior ainda da incredulidade, é que as portas podem fecharem em definitivo! Privilégios e oportunidades não são constantes, elas podem desaparecer! Jesus não permaneceu em Nazaré. Ele foi adiante! Ele não insistiu com ela. Não perdeu tempo. Jesus foi aqueles que poderiam responder a sua mensagem. Deixou Nazaré pela segunda vez e possivelmente pela última!

Não pense que você tem toda oportunidade do mundo para se converter e se arrepender! Tome cuidado! Não se engane! Sua incredulidade pode levar você a uma situação irremediável e incurável, e irrecuperável. Não despreze! Não endureça! Não brinque com as coisas de Deus, não rejeite o apelo ao arrependimento! Não faça isto! Converta-se! E arrependa-se logo! Logo! Você não tem todo o tempo do mundo não! Que é a vossa vida! [Michael Jakson]

c. O Risco de Milagres não serem realizados!

Quão terrível é o preço daí incredulidade, quão desastroso. A incredulidade gera rejeição de Deus e perca de privilégio. A incredulidade fecha as portas aos milagres! O texto de diz que Jesus não pôde! Como? Entenda o texto não esta falando da incapacidade de Jesus em fazer milagres, mas de sua decisão de não querer fazer! Na verdade é Deus que esta pondo um ponto final! Ele não queria e nem deveria fazer mais milagres.

Não há sentido milagres sem Jesus! Há pessoas que querem que um milagre ocorra em sua vida, mas não querem Jesus como Senhor. Eles querem o poder, mas não querem a pessoa!

Que pecado terrível é a incredulidade. É o pecado mais comum no mundo. E o pior, este pecado enche o inferno – Quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16:16).

II. JESUS ABRE A PORTA A SALVAÇÃO


Como?

1. Por meio dos seus Discípulos

Jesus chamou, capacitou e enviou os apóstolos (Mc 3:14-15). Agora eles estão treinados, eles são enviados. Eles vão realizar o trabalho em nome de Jesus, com sua autoridade, levando sua mensagem, com extensão de sua própria missão. Quem recebe eles, recebe o próprio Cristo (Mt 10:40). Estou precisando de líderes e por isso tenho capacitado num curso, sei que curso não faz líderes, mas contribui. Por isso ore. E se você sente o desejo de liderar não tenha medo!

2. Por meio da Pregação do Evangelho

Jesus enviou-os a pregarem o evangelho. Ele lhes deu o conteúdo, não era sua opiniões e nem sua idéias próprias era a mensagem do Senhor. Essa mensagem fala de:

a. Arrependimento

Eis a mais urgente necessidade do homem diante de Deus. Arrepender-se significa mudar a mente e uma nova ação em face desta mudança. Não é mero choro ou sentimentalismo. Esta é nossa mensagem principal – Arrependei-vos! Essa é sua necessidade! Não podemos exigir menos do que isso! É impossível alguém entrar no Reino sem isto! Não haverá pessoa no céu sem que tenha se arrependido!

b. Cura

Os apóstolos pregaram aos ouvidos e aos olhos. Eles ungiam as pessoas com óleo para serem curadas. O óleo ali não é medicinal ou mesmo cosmético, é simbólico. Símbolo da presença, da graça e do poder do Espírito Santo. Creio que Deus também nos chama a orar pelos enfermos. No entanto a cura divina é soberanamente determinada por ele. Deus opera por meio indireto e direto. Obviamente aos apóstolos devido a sua posição e preeminência foram dons extraordinários no cumprimento de sua missão. Exemplos eles ressuscitaram mortos, sua sombra curava, seus lenços curavam, eles foram picados por serpentes.

c. Autoridade sobre os Demônios

A libertação faz parte do evangelho. O Messias veio para libertar os cativos. Ele se manifestou para libertar os oprimidos do diabo e desfazer suas obras. O reinado de Deus invadia o reino de Satanás e trazia livres os cativos e oprimidos pelo diabo!

3. Por meio de Estratégias

Deus não é contra metodologia. Eu não sou. Falei numa mensagem atrás sobre culto facilitador (ou culto sensível aos incrédulos). Oponho-me não a metodologia ou estratégias, sou contra toda metodologia que ameaça a integridade do evangelho, que dilui e que camufla as implicações do evangelho. Metodologia que açucara o evangelho tirando dele implicações como negar-se a si mesmo, a morte do eu e para o mundo.

Deus usa estratégias, Jesus usou, os apóstolos usaram e a igreja deve usar. Vejamos mais de perto esta estratégia:

a. Devemos fazer a obra em conjunto

Foram enviados de dois em dois. Ensina-se aqui que para fazer a obra de Deus precisamos de cooperação, de encorajamento. É melhor dois do que um (Ec 4:9)

b. Devemos confiar no provedor e não na provisão

Creio que tudo o que Deus quer que façamos, Ele nos dará os recursos. Assim se estamos carentes de alguma necessidade não podemos culpar o Senhor, mas confiar nele sempre. Eles não deveriam levar túnica extra, alforje ou dinheiro. Deveria confiar na provisão divina. O ministério não é dado para o enriquecimento de ninguém! O ministério não deve ser fonte de lucro.

c. Devemos ser sensível a cultura das pessoas

Deveriam comer o que se colocava na mesa e não deveriam ficar mudando de casa em casa estando numa cidade. A hospitalidade era um dever sagrado no oriente. Envolvia saudação, lavar os pés, e comida, proteção e companhia. Os pregadores não devem podem violentar a cultura do povo ao pregar a Palavra de Deus.

d. Não devemos forçar as portas, mas aproveitar as abertas.

Onde houvesse rejeição os apóstolos não deveriam permanecer, antes deveriam buscar pessoas sensíveis. Precisamos ser sábios e cautelosos, não jogando nossas pérolas aos porcos! É preciso orar para que portas se abram e que estejamos atentos as estas portas.

Conclusão:

Há um perigo terrível na rejeição do evangelho. Você pode na vida ter o privilégio de rejeitar algumas coisas por suas razões pessoais. É sua escolha. Você pode não querer algo. É sua escolha. Inclusive você pode querer rejeitar o evangelho e fechar a porta. Mas saiba bem disto: Não há salvação fora do evangelho, não há salvação sem arrependimento, sem crer e confessar Jesus como Salvador e Senhor de sua vida!

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