segunda-feira, 1 de junho de 2009

TEMPESTADES NA VIDA HUMANA

Mc 4:35-41

Introdução:

Deus é bom e faz o bem. Mesmo que não conseguimos ver sua bondade ele ainda é bom! Conta-se a história de um rei que tinha um súdito. Este sempre dizia que Deus é bom. Um dia saíram para caçar e um animal atacou o rei e ele perdeu o dedo mínimo. O súdito afirmou ao rei: Deus é bom! Furioso, o rei mandou prendê-lo. Noutra caçada o rei foi capturado por canibais. Na hora do sacrifício o cacique percebeu que faltava um dedo e solto o rei por ser imperfeito, não sendo adequado para um sacrifício. O rei solto procurou o súdito e o soltou da prisão dizendo-lhe: Deus é bom verdadeiramente. Mas por que eu o mandei para prisão? O súdito respondeu: “Porque se eu tivesse contigo eu seria sacrificado!” As tempestades da vida não anulam a bondade de Deus.
Jesus passara todo o dia ensinando sobre o Reino de Deus, ao cair da tarde ele deu ordem para os discípulos entrarem no barco e passarem para outra margem. Na travessia veio uma tempestade. E sobre esse episódio tem-se grandes e preciosas verdades sobre as tempestades na vida, sua natureza e seus propósito.

I. TEMPESTADES ACONTECEM NA VIDA [NATUREZA]

Ninguém está imune ou protegido de enfrentar tempestades na vida. Nem mesmo crentes que andam com Jesus, aliás andar com Ele. Os discípulos estavam em comunhão com o Senhor, mas ela os acometeu.

a. Elas acontecem repentinamente

Situado numa depressão, o lago está sujeito a tempestades repentinas, quando os ventos sopram as montanhas que o circundam, alterando repentinamente a pressão atmosférica sobre o lago.

Essa realidade é uma bela ilustração sobre situações inesperadas na vida humana: um acidente, uma enfermidade, um desemprego e uma crise conjugal. Essas crises não mandam carta, nem aviso prévio. São intrusas, não esperamos e nem a desejamos e de repete batem a porta. Esse aspecto nos abala e nos surpreende. Mas não podemos nos espantar antes nos preparar, pois tempestades acontecem repentinamente.

b. Elas são terríveis e perigosas

Eu nunca enfrentei literalmente uma tempestade, o máximo que sei é de ver imagens ou filmes. Mas eu imagino como são terríveis. O texto fala de grande temporal, Mateus de grandes ondas (Mt 8:24).O barco já estava inundando, os ventos e a ondas batendo furiosamente.

Assim também são as tempestades da vida. Ameaçam-nos. Apavoram-nos. Esta é uma realidade das tempestades da vida. Assim é uma notícia de uma doença incurável, de uma traição conjugal, de um filho drogado, de uma morte inesperada.

c. Elas estão acima das nossas forças

A tempestade estava acima da capacidade humana. Os fenômenos da natureza são incontroláveis e revelam nossa fragilidade e impotências. [Enchentes, secas, tsunami, terremotos, furacões e raios]. Eu penso que os discípulos tomaram algumas medidas e ações para superarem aquela tempestade. Eu creio que eles se mexeram, eles agiram. Mas eles não conseguiram vencer por si só. Seus esforços e sua experiência não capacitaram a superarem aquela situação. O problema estava acima de suas forças.

d. Elas estão sob o controle do Senhor

Os discípulos entraram naquele barco sob ordem expressa do Senhor e com o próprio Senhor. Portanto elas não são acidentes, são desígnios divinos. Propósitos de seu plano eterno para nos modelar e nos fazer crescer.

Estar no centro da vontade de Deus não nos deixa livres de problemas. Esta fazendo a vontade de Deus não nos protege de situações, fazer o que Jesus mandou não nos livra de enfrentar situações difíceis.

Gostamos de associar problemas com pecado. De fato é uma realidade. Muitas vezes sofremos conseqüências de nossa desobediência. Amargamos o que colhemos. No entanto não nos deixemos nos enganar. Fazer a vontade de Deus pode significar ir para tempestade. Fazemos a vontade de Deus porque ele manda em nossa vida. Porque entregamos a nossa vida a Ele. Porque Ele é o Senhor. Porque Ele é dono. Porque Ele tem o direito de manda em nossa vida. Não fazemos a vontade de Deus simplesmente porque queremos nos livrar de dificuldades.

“Sou dizimista fiel e assim estou imune! Sirvo a igreja e vou aos cultos, assim estou imune.” Não estou dizendo que dizimar, servir e congregar não traz benção, aliás é uma benção, é um privilégio. Mas isto não nos torna livres de tempestades. Mesmos obedientes podemos enfrentar tempestades.

A obediência tem seu preço.Você pode sofrer por ser obediente, por ser fiel. As vezes o preço é um emprego, as vezes perseguição, alguns pagam com a vida.

II. AS TEMPESTADES SÃO REVELADORAS [PROPÓSITO]

a. Revelam a nós mesmos

As tempestades expõem nosso coração, nossa qualidade de fé, nos desnuda. Aliás se alguém deseja uma fé forte e saudável a escola é a tempestade. Dizem que se você quer conhecer uma pessoa dê-lhe poder, digo também se você quer conhecer uma pessoa profundamente veja como ela enfrenta as tempestades da vida. Ele revela a nossa fragilidade. Ela revela o que está dentro de nós, ele expõe para nós e para os outros o nosso íntimo.

Os discípulos fizeram uma pergunta – Não te importa que pereçamos? Esta pergunta nasceu no ventre da crise. Aliás no meio das tempestades é comum questionarmos Deus. Questionarmos seu poder, sua bondade e sua soberania. Aqui a pergunta pressupõe que Deus é insensível e indiferente. Eles acreditam que Deus tem poder, mas não compreendem seu silêncio e sua inquietante e sua “indiferença”.

O mar bravio, as ondas furiosas, os ventos incontroláveis, o barco indo a pique e Jesus dormindo! Essas palavras retratam medo e incredulidade, ansiedade e inquietude. Onde o medo prevalece, fé desfalece.

O medo não os fez perceber a presença de Jesus, a paz de Jesus – Eles deveriam ter percebido que se ele estava dormindo é porque as coisas estavam sob seu controle. O sono de Jesus devia ser um calmante para eles, mas foi o contrário.

Revelam que tinha uma fé, pois foram a Jesus. Mas uma fé deficiente. O pânico não fazia sentido. O desespero não tinha lógica. Ali estava no barco o Senhor dos Senhores! O criador de todas as coisas! Então a conclusão lógica também é que o que causa pânico e desespero não era a tempestade mas a falta de uma fé saudável. A fé deficiente ou pequena é geradora do desespero. O verdadeiro perigo não era a tempestade, mas a descrença.

b. Revela a Jesus

Que Jesus maravilhoso temos. Mesmos sendo repreendido não reage, não dá o troco, não fica magoado com estas palavras, antes mesmo daquela forma ele atende ao pedido.

As tempestades nos dão privilégio de vermos milagres, maravilhas – Quem não gostaria de estar naquele barco? Quem não gostaria de ser testemunha de um milagre? As tempestades, se enfrentadas corretamente, nos transformam, nos modela, provoca em nós assombro e alento. Porque é na tempestade da vida que Deus revela todo o seu poder e sua glória. É ali, no centro do furacão que vemos a mão de Deus.

As tempestades impactam nossa vida e nos desperta para conhecermos mais e mais a Deus, ao mesmo tempo em que demonstra toda nossa ignorância e desconhecimento de quem Ele é.

Elas são a escola de Deus para nos ensinar lições da vida. Aprendemos mais na tempestade do que nos tempos de bonança. Foi através do livramento da tempestade que eles tiveram uma visão maior e melhor da grandeza de Jesus. Depois do medo da tempestade e da morte, vem um temor, uma sensação de assombro, Deus estava ali.

Ali eles aprenderam que Jesus é o Senhor sobre as tempestades, que nada foge ao controle dEle. Que mesmo que ele “durma” nada foge ao seu controle. Que Ele é Deus. O vento e o mar obedecem. O universo se encurva frente a sua autoridade e poder. Que ele é bom e faz o bem para nós!

Conclusão:

As nossas crises são oportunidade para Deus. Tempestades fazem parte da discipulado. Elas não vêm para destruir, mas para nos fortalecer. Nunca esqueça quando estiver no centro de uma tempestade, Deus é bom e faz o bem! Ele está presente nas tempestades. Ele tem o controle dela. Ele tem o poder sobre ela.

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