terça-feira, 14 de abril de 2009

SIRVA A JESUS!

(O CHAMADO DE CRISTO PARA O SERVIÇO)

Mc 3:13-19

Introdução:

É preciso ter em mente dois chamados distintos realizados por Jesus em Marcos. O primeiro em Mc 1:16-20, onde Cristo chama para o discipulado e agora chama ao apostolado. É necessário fazer uma distinção entre discípulo e apóstolo. Discípulo é um aluno, um aprendiz; apóstolo é um enviado, um embaixador. Os apóstolos foram chamados dentre os discípulos. Todo apóstolo é um discípulo, mas nem todo discípulo é um apóstolo. O apostolado foi um dom temporário e restrito aos doze, portanto, não há sucessão apostólica e nem apóstolos modernos, eles não tiveram sucessores depois da morte; o discipulado é permanente e não tem limite. Os apóstolos foram instrumentos de Deus para receberem a revelação, foram inspirados para registrarem as Escrituras. As credenciais apostólicas são: ter visto Cristo ressurreto, tido comunhão com Ele e ter sido chamado pelo próprio Cristo. Eles receberam poder especial para realizar milagres como prova de sua credencial.
O texto lido trata da escolha de Jesus dos futuros lideres da igreja que ele estava fundando, eles são chamados de fundamentos. Certamente a decisão de escolher os doze foi uma das decisões mais cruciais da história humana. Como foi então realizada esta escolha... (Os Pontos Principais do esboço é de Hernandes Dias Lopes)

I. JESUS ESCOLHE SOBERANAMENTE (13)

1. A Preparação da Escolha

Ele já tinha uma noção devido o tempo de convivência quem ele devia chamar.
Ele passou a noite orando para tomar a decisão segundo a vontade de Deus (Lc 6:12-13)

2. A Natureza da Escolha

a. O que ele quis - Sua vontade soberana. Ele não fez uma pesquisa de opinião pública. Ele não fez eleição entre os discípulos. Ele não escolheu pelos critérios e gostos humanos. Jesus chama quem quer. Ele é soberano! Ele escolheu 12, ou seja ele determinou o número. Ele escolheu somente homens.

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto (Jo 15:16a)

b. É eficaz, ou seja irresistível. Quando ele chama, esse chamado é realizado. (Jonas, Jeremias 20:7)
c. É incondicional. Ele chamou pessoas simples, não possuindo nenhuma qualidade especial, não chamou endinheirados, famosos, filósofo. Doze homens comuns. Antes eram limitados, pobres, iletrados, temperamentais.

No programa de TV, o “Aprendiz” vemos Roberto Justus escolhendo seu líder por vários critérios: Educação, Esperteza, Iniciativa, Pró-Ativo, Determinado, Inteligente, Personalista, Comunicativo, Simpático, Carismático. Por esses critérios os homens também escolhem seus líderes políticos. Samuel cria que a aparência era um critério adequado para um rei.

Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração. (I Sm 16:7)

Infelizmente às vezes são estes também alguns critérios que os homens acham que devem possuir a liderança espiritual da igreja (pastores e diáconos).

Contudo Cristo escolhe o que ele quer, porque ele vê mais longe. Ele vê o potencial ali e então qual um ourives lapida a pedra bruta a busca da jóia rara. Jesus acertou, sim! Esses homens marcaram a história da humanidade, milhões e bilhões de pessoas foram abençoados pela vida destes homens escolhidos por Cristo.

Quero dizer a você, que se você não vê em si mesmo nenhuma capacidade ou dote extra-ordinário, não sinta-se incapaz ou inapto para ser usado por Deus. Quanto menor o instrumento, maior o poder e maior a glória daquele que o usa!

II. JESUS ESCOLHE PROPOSITADAMENTE ( 14,15)

1. Jesus escolhe para andar com Ele

Temos que lembrar que o Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Ter comunhão com o Senhor é mais importante que ativismo religioso. Antes de servirmos devemos andar com Jesus. Não podemos falar daquele que não conhecemos, e a medida que o conhecemos inevitavelmente serviremos. Jesus chama não para uma função primeiramente, mas para convivência, para aprender com ele, andar com ele. Jesus é a própria mensagem. Jesus deseja que seus líderes tenham conteúdo, caráter e isto precede ao serviço.

Deus está mais interessado no que somos do que no que fazemos. A vida precede o ministério, a vida é o ministério. A maior necessidade de um líder é a intimidade com Deus. É andar com Cristo, em sua presença!

2. Jesus escolhe para pregar o Evangelho

Os apóstolos são mensageiros de Deus. Eram embaixadores, arautos, atalaias de um Rei! Foi lhes dada a honra de falarem do Evangelho da Graça. A pregação é a espinha dorsal do ministério. É a mais importante, fundamental, necessária, indispensável atividade de um líder espiritual. É mais importante que o batismo e a ceia. Os apóstolos deixaram de servir a mesa para se consagrarem a pregação e a oração (At 6:4). Esta é a minha principal atividade na igreja, não a única mais a principal, devo ser lembrado constantemente por isso!

3. Jesus escolhe para exercerem autoridade de expelir demônios

O líder anda com Cristo, prega a Palavra e tem autoridade espiritual para resistir ás forças do mal que oprimem as pessoas. Não é baseado em si, mas no nome de Cristo ele exerce essa autoridade. A autoridade é delegada, vem do alto. Porque no nome de Jesus, não só o líder mais qualquer crente poder exercer autoridade sobre as trevas. É claro que o líder precisa de discernimento para perceber as obras das trevas presente!

III. JESUS ESCOLHE SURPREENDENTEMENTE (16-19)

1. Ele escolhe diferentes tipos de pessoas

Os apóstolos é uma comunidade heterogênea, é um espelho do que deve ser a igreja, a família de Deus. Ela é composta de pessoas diferentes, de lugares diferentes, profissões diferentes. Fico surpreso ao saber que existe a igreja do rico, e do pobre, do branco e no negro, do jovem e dos velhos...Creio que a igreja deve ser espaço para todos: crianças, jovens, casais, divorciados, pobres e ricos, cultos e iletrados. Deus ama a diversidade!

2. Ele escolhe pessoas imperfeitas

Jesus escolheu pessoas com limitações claras. Esses dois aspectos são vistos na vida dos escolhidos:

Pedro – Chamado Simão, pescador por profissão. Homem que falava sem pensar. Inconstante, contraditório e temperamental. Pedro quando não é 8 e 80 isto é visto na lavagem dos pés no cenáculo. Instável e explosivo. Sanguíneo e vulcânico! Capaz de dizer “Senhor para onde iremos...” e depois dizer “Não o conheço...”. Afirma lealdade e desprezo. Por ti darei a própria vida...Nega três vezes de uma forma fria e cruel. Dorme na hora da batalha e foge covardemente.

Tiago e João – Eram explosivos, temperamentais, filhos do trovão. Pediram que descesse fogo do céu sobre os samaritanos. Foram gananciosos e amantes do poder.

André – Homem dos bastidores. Levou seu irmão, Pedro, a Cristo. Falou de Jesus a Natanael.

Felipe – Era um homem cético, racional. No cenáculo perguntou a Jesus: Mostra nos Pai e isto nos basta (Jo 14:8)

Bartolomeu – Um homem preconceituoso. É dele a pergunta: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1:46)

Mateus – Funcionário público, a serviço de Roma, coletor de imposto. Publicano, uma classe repudiada pelos judeus.

Tomé – Um homem de cético. Não creu na ressurreição

Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei. (Jo 20:25)

Tiago e Tadeu – Nada sabemos. Alguns são chamados ao anonimato. Não vão estampar como pessoas conhecidas e somente a eternidade revelará a grandeza de suas vidas, que não foi vistas pelos homens, mas por Deus.

Simão, o Zelote – Membro de um partido revolucionário, nacionalista. Defendiam a luta arma. Uma esquerda radical. Oposto ao Publicanos. São visões e ideologias diferentes!

Judas Iscariotes – Natural de Quirot. Não Galileu. Ocupou um lugar de confiança dentro do grupo a ponto de ser o tesoureiro. Mas não era convertido. Era ladrão e roubava. Vendeu a Cristo por 30 moedas de prata, mesquinho, infiel, avarento, traidor, dibalócio e suicida. É estereótipo atual de tudo que não presta.

Aplicações:

1. O chamado é uma ação da graça soberana. Não foi baseada nos méritos. Não foi a fé e nem mesmo o caráter, as habilidades. Jesus chama as pessoas tendo em vista não aquilo que elas são, mas o que venham a ser em suas mãos.

2. Por outro lado, do ponto de vista humano, vemos que eles tinham algo necessário: Prontidão de seguir a Jesus, de aceitar os desafios, de abrir mão da vida. Sem renúncia não há ministério.

Conclusão:

1. Lembremos sempre: Cristo é Senhor, somos Servos. Cristo é tudo, somos apenas instrumentos. Longe de nós, longe de nós, roubar a glória que pertence a Cristo. Ele é tudo!
2. Lembremos que nem sempre os que servem a Cristo receberão louvor. Não servirmos para agradar os homens. Servirmos para agradar a Deus. Ele recompensará! Jesus jamais se esquecerá do seu trabalho. Eu posso esquecer os homens esquecer. Mas Cristo jamais! (I Co 15:58)
3. Um apelo – Disposição para servir! Uma oração – Pelos líderes (diáconos e professores)

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